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terça-feira, outubro 25, 2005

25-Oct-2004 - “What an impossibly sad day."

Faz hoje 1 ano que morreu John Peel.

Estava em Praga a ultima vez que o ouvi; um Renault alugado em Budapeste e uma viagem entre um hotel pré-Perestroika já fora de prazo, que ficava a uns bons 15 minutos do centro, e o tal restaurante junto à muralha do Castelo onde se come na biblioteca. O botão de scan do autorádio começava já a ficar gasto na incessante procura de algo audível e que normalmente resultava em conformar-me com musica de câmara. Mas nessa noite consegui sintonizar a BBC (World Service ou qualquer coisa parecida). Percebi-o quando ouvi a voz familiar do John Peel no início da emissão e agora imaginem eu quase aos saltos em cima do volante, quando depois da introdução, ouço os primeiros acordes do "Shake-Off" dos Fall; continuei a ouvi-lo até que o sinal se foi perdendo e o som, que entretanto era já de outras bandas para mim desconhecidas, se tornou totalmente imperceptível. 17-Sep-2004 - What a memorable good night...

3 comentários:

eduardo disse...

O prazer que era ouvir as suas sessões na extinta e saudosa XFM.
Isto leva-nos à actual problemática de, tirando um ou outro caso, não ser minimamente aprazível ligar o rádio.

Anónimo disse...

Sim, enormes saudades da XFM e da Voxx também; no éter o panorama está um pouco árido, os podcasts não têm o mesmo encanto, dedica-se mais tempo aos cd’s, á pesquisa na net e ás revistas. Do outro lado do Atlântico a coisa do momento é a rádio por satélite, o hardware já está a preços aceitáveis (a partir de 50 dolares) e o meio tem enormes possibilidades; basicamente há milhares de frequências disponíveis, onde se ouve de tudo. Além do mais é muito mais barato para quem emite; teoricamente qualquer um pode juntar-se com uns amigos e fazer uma rádio. Quando a coisa chegar cá, tem possibilidades, depois falaremos… ;)
Ainda em relação ao Peel, ouvia o “compacto” semanal sempre que podia, mas a recordação mais antiga que tenho – e que veio na sequencia do Som da Frente do António Sérgio e das Peel Sessions (via Strange Fruit) dos Cocteau Twins e Siouxie – era a de estar à noite a ouvi-lo em onda curta, isto por volta de 84/85, era uma emoção, dali saía a voz amiga do John, saltavam as grandes novidades e não me importava muito com a qualidade do som, acho que até lhe dava mais encanto, era o Peel, era a musica que por cá não se ouvia e acerca da qual só se ia lendo a espaços no Blitz ou no Se7e ou então via um NME ou Melody Maker que algum amigo trazia de fora. Havia todo um culto. Creio que as gerações mais novas, que não sabem o que era isto, perderam alguma coisa, de qualquer forma e de lá até cá, algo se perdeu e muito se ganhou também.

Barbed Wire disse...

Tenho muitas peel sessions gravadas directamente da BBC. O homem era genial...