s. f., gravilha@gmail.com

sexta-feira, janeiro 18, 2008

How Low Can You Go?

E foi 2007, outro ano que passou a correr e que de fugida deixou mais algumas testemunhas musicais do everyday life no planeta, ou talvez não (pelo menos não só).
2007 foi o meu ano do digital; coincidiu com a chegada de um aparelhito para substituir o velho discman, mas a revolução – se assim lhe posso chamar – é mais extensa e ultrapassa largamente a existência da coisa. Foi o ano em que aprendi a descarregar toda a música que quero, e mesmo a que não quero, muito antes que chegue às montras, muito antes de as criticas aparecerem nos jornais e revistas ou nos sites habituais.
Ora, isto exige muito mais tempo e muita mais atenção, em primeiro lugar, porque a quantidade é muito maior e é muito maior porque é fácil, faz-se por impulso mas não custa dinheiro; se não prestar deita-se fora com um simples clic. Depois, a tarefa requere concentração e o ouvido treinado para logo nas primeiras audições apontar com o mínimo de certeza ao que presta e ao que não presta; perde-se pelo meio o que pede tempo para perceber, o que é mais difícil de digerir - sejam quais forem os motivos para a dificuldade na digestão. Pode parecer contraditório, mas o alargamento de horizontes musicais pode até ficar tolhido. Mas ainda assim foi, no que toca a musica, um bom ano.
Quebrada a ausência e mantida a relutância quanto á lista para os melhores do ano – repito, a lista, a existir, poderá ser modificada a qualquer momento – fica o pontapé de saída para 2008, e visto que nos últimos meses, para além da habitual e viciante pesquisa pelo fresh blood, o sinal predominante foi de arqueologia no que foi feito logo a seguir ao Punk, ou seja, 1978-84.

Significado: mais bandas de que já quase ninguém se lembra ou que poucos ouviram falar: Post-Punk, Rip It Up and Start again.
E o que me ocupa musicalmente, como um contraditório vicio substituto dos cigarros, são de momento estes dois magníficos discos, prova de que a arqueologia, ou esta arqueologia, vale mesmo a pena e que o período é tão fértil que mesmo quando penso que a substancia se está a esgotar, rapidamente se estendem, também, os adjectivos qualitativos.
A vossa melhor atenção, portanto, para:

Can't Stop It! Australian Post-Punk 1978-82
Can't Stop It! II - Australian Post-Punk 1979-84


Os títulos falam por si; nomes:
The Moodists, Voigt, Take, Essendon Airport, The Apartments, Ash Wednesday, Primitive Calculators, Makers Of The Dead Travel Fast, Ron Rude, Xero, The Fabulous Marquises, The Slugfuckers, Equal Local, Tame, The Particles, People With Chairs Up Their Noses, Wild West, The Pits, Right Arrow, Up Arrow, Right Arrow,
The Systematics, International Exiles, Asphixiation, Tactics, Severed Heads, The Goat That Went "OM", Use No Hooks, Scattered Order, The Jetsonnes, Rhythmx Chymx, Brrr Cold, SoliPsik, Wild Dog, Belle Du Soir, Ya Ya Choral, The Swell Guys, Scapa Flow, Nuvo Bloc.

Notas: Compiled by David Nichols and issued on Guy Blackman's wonderful label Chapter Music. Que apresenta outros motivos de interesse. Nos comentários fala-se da música.
Enjoy!


5 comentários:

eduardo disse...

finalmente sinais de vida.
Welcome back!

Mito Urbano disse...

Boas gravilha finalmente estas de volta e estamos todos ansiosos pelo novas tendências da musica rock e o que se anda a ouvir por esse mundo fora.

jokas

Marcos Carvalho

Jorge Lopes disse...

É excelente ler-te de volta, caríssimo. Grande abraço.

dedos-bionicos disse...

Welcome...
Abraço

Gravilha disse...

OLá,
é bom "ve-los" por cá de novo; vão estando atentos ás sugestões, a regularidade nos posts está também de volta.
Abraços,