s. f., gravilha@gmail.com

sexta-feira, dezembro 30, 2005

Delicious Pie and Thank You For Calling

The Electrifying Conclusion

Um ano depois dos concertos em Chicago que marcaram o encerramento de actividades dos Guided by Voices (o ultimo dos quais recentemente editado em DVD com o apropriado titulo The Electrifying Conclusion) fica a referência a uma das mais importantes e prolíferas bandas das ultimas 2 décadas e da própria história do rock, única no fazer de canções e na postura independente. Bob Pollard continua por aí, ainda e sempre mais preocupado com as letras e melodias do que com a sua produção e promoção.
Que o álcool o conserve por muitos anos!

terça-feira, dezembro 27, 2005

Temple of Love















Gegen Die Wand - Head On - A Esposa Turca
É o filme mais surpreendente que vi nos últimos tempos. Tem tudo: história, interpretações, realização e música - postais ilustrados desde Istambul pela mão Selim Sesler und Orchester (feat. Idil Uner), os Sisters na tal versão orientalizada do Temple of Love e um apartamento em Hamburgo que tem um poster da Siouxsie na porta de entrada. Mas há muito mais filme, muito mais música e quem não viu se calhar não sabe o que anda a perder.
Kebab für die seele.

terça-feira, dezembro 20, 2005

Whistling in the Dark

Vá-se lá saber porquê, e numa altura em que queria pôr as mãos numa série de discos de 2005 que ainda não ouvi (pelo menos com a devida atenção), uma sugestão biónica fez-me pegar no December dos For Against; os outros vieram não por inerência, mas se calhar numa inércia ou resistência subconsciente àquilo que sem saber se estava a tornar numa quase-obrigação - ouvir o que me falta deste ano. A sequência, não a consigo explicar muito bem.
Faltam 4 dias para o Natal. 1 destes por dia é melhor que bolo-rei.
Easterhouse – Contenders
Half Man Half Biscuit – Back in the D.H.S.S.
The Wedding Present – Tommy
For Against – December

Nota: Há melhor nome para uma banda que Half Man Half Biscuit?

domingo, dezembro 11, 2005

You are a conductor

Constantines – Tournament of Hearts

Dois excelentes álbuns geradores das melhores expectativas para um terceiro, não faziam prever isto. E “isto” é um dos melhores discos indie-pop-rock dos últimos anos.
Canções magnificas, rudes e doces, românticas e emotivas em fintas tangentes e sucessivas a esquinas de rock convencional; densas e leves ao mesmo tempo, pop sem deixar de ser rock. Guitarras Fugazi em produção subtil, voz com o timbre do filho que Springsteen e Peter Gabriel nunca terão; um voo rasante pela mão de um anjo de voz rouca, um passeio em skate voador movido a turbina com som de guitarras eléctricas, pelas ruas de uma qualquer cidade Norte-Americana.
E o que é que importa se este é ou não o melhor disco de 2005?
Ouçam-no. É uma obra-prima.

segunda-feira, dezembro 05, 2005

Black Forest

A-Frames - Black Forest
Imagens de um futuro negro, Apocalipse, suásticas e máquinas infernais; voz cava, ritmos marciais.
Apanhado de surpresa ao 3º longa duração do trio de Seattle, fiquei de imediato hipnotizado pelo ambiente e pela música, aqui, pelo menos aqui, ilustrado por coordenadas Joy Division num feliz cruzamento com o imaginário Sisters of Mercy fase pré-First and Last and Always e em produção esquelética a sublinhar o negro.
Excelente para desenjoar de tanta boa pop; extraordinário para dias de chuva ácida em gabardina cinzenta.
Windsor for the Derby - Giving Up the Ghost
Cruzamento pos-rock em atmosferas suaves carregadas de negro com discretos ritmos dançantes iluminados por órgão de fria catedral em parede de fundo; harmonias e melodias encantadas-desoladas pintadas a negro em ritmo lento - Luz Joy Division.
Sombras e fantasmas sem sustos nem gritos. Mistério para desvendar.

Esteja onde estiver, se é que está em qualquer lugar que não seja a nossa memória, Ian Curtis dança, como só ele dança.

quinta-feira, dezembro 01, 2005

This hearts on fire

Wolf Parade - Apologies to the Queen Mary

Apesar da enorme expectativa, dado o barulho que se fez à volta dos Wolf Parade, as primeiras audições de Apologies to the Queen Mary deixaram meio sabor a desilusão; afinal um dos vocalistas revelava um registo demasiado colado ao Beck e parecia, a vários níveis, haver uma certa falta de originalidade, mais notória nas musicas cantadas precisamente pelo Dan Boeckner.
Por outro lado e desde logo, o sabor mais Bowie via Arcade Fire da outra voz (Spencer Krug) e da própria música, agradou imenso. Seria mais um hype criado pela pitchforkmedia?
Felizmente, algo me fez voltar ao disco, e digo-vos: é FABULOSO!!
Descarreguem-no, comprem-no, peçam-no emprestado, escrevam ao Pai Natal a pedi-lo… mas... NÃO O PERCAM!

domingo, novembro 27, 2005

Fright Makes Right












The Hospitals - I've Visited the Island of Jocks and Jazz
Trazem de S.Francisco sacos de noise carregado de eco e delay numa estranha cacofonia onde guitarra em distorção e bateria formam tanto o muro que esconde uma amalgama de palavras deformadas diluídas em ácido e mercúrio, como se escondem na cave de uma casa abandonada, protegidas pelo eco de megafone em piloto automático e estática de 3 postes de alta tensão.
Daydream Nation low-key alucinado; Fear and Loathing in Las Vegas versão Load Records.
A não perder – 6-Dez-05 Pontevedra; 7-Dez-05 ZDB, LX

Coughs - Fright Makes Right
Ritmo e percussão Swans era Filth, voz Buthole Surfers U.S.S.A. vómito Michael Gira feminino a condizer; sax a relembrar que são um sexteto, mas não jazz; noise e caos, Sonic Youth.
Mas o que é que faz aqui um banjo???
Teletransporte de Chicago para Providence, RI, num dos mais estranhos e interessantes discos voadores dos últimos tempos – haja estômago para o encaixar.
"Give Peace a Chance" - "…Kill! Kill! Kill! Kill! Kill!..."

domingo, novembro 20, 2005

If not now, when?

Electrelane na Casa da Musica? (!!!)


A_noticia surgiu na sexta feira, aqui ao lado no Juramento sem Bandeira, e é uma grande noticia: Electrelane na Casa da Musica a 10 de Dezembro!
É mesmo dificil de acreditar!
Ainda não há qualquer confirmação oficial, mas ao que parece a primeira parte será assegurada pelos canadianos Les Georges Leningrad.
Aguardam-se ansiosamente confirmações nos próximos dias.

Entretanto, e num palpite do amigo Bruno, segue um link bem interessante. Ainda há quem duvide da teoria dos seis graus da separação?

Whitelightgenerator

Ladytron - Witching Hour

Estou viciado neste disco!
Não é o meu tipo de som, digamos assim, mas não lhe consigo resistir! Ponham de lado os vossos preconceitos em relação a este tipo de sonoridades (se é que os têm) e gozem um dos melhores discos pop dos ultimos tempos!

quinta-feira, novembro 17, 2005

(I’ve Got A) Right to Cry


Okkervil River - Black Sheep Boy
Shearwater - Winged Life
Micah P. Hinson and the Gospel of Progress - Micah P. Hinson and the Gospel of Progress
Blood Meridian - We Almost Made It Home

Amor, ódio, desespero, dor, medo, culpa, melancolia, tragédia, morte, solidão, vida.
Pinturas a negro, não importa se dark americana, se alt-country ou se outra coisa qualquer; quatro grandes discos feitos de canções lindíssimas. Para noites frias e dias de chuva.

domingo, novembro 13, 2005

Icebreakers


Xbxrx – Sixth in Sixes
Guitarras a arder, bateria alucinada, voz Bon Scott em hélio, punk, hardcore, débito acelerado. Caos, Apocalipse, o declínio da Civilização e a Sexta Extinção. O ruído é a marca num primeiro olhar, mas repetidas audições focam extraordinário e revigorante conteúdo. Eco de concertos inesquecíveis; banidos no Canadá, Sunnyvale, CA e Mobile, AL, a terra que os pariu. Cheira muito bem. Polyvinyl.
Todd - Purity Pledge
Rock negro a roçar o metal, sem nunca resvalar para zonas perigosas. Black Sabath talvez, mas há por aqui rasgo Mclusky; indie-punk-rock pesado do mais imaginativo e interessante que tenho ouvido. Excelentes vozes, especialmente quando cruzadas com a de Emmylou Sunshine. Segredo muito bem escondido herdado de 2004. Os Comme Restus podiam tentar fazer um disco assim.
Wives – Erect the youth problem
Hardcore Punk Washington DC em versão adolescente, produção nua e crua em que parece que cada instrumento é tocado à vez. Pára-arranca em ritmo avariado, guitarra amarga e voz distorcida, magoada pelos pequenos-grandes problemas da idade. Adivinham-se teatrais rastejos em palco. Ainda assim sabe bem (e inspira revisita aos Fugazi).
Cursive - The Difference Between Houses and Homes
Colectânea de singles aparentemente esgotados, The Difference Between Houses and Homes, funciona como apetitosa introdução aos Cursive para os mais distraídos como eu, mas acredito que os atentos ao percurso da banda de Tim Kasher encontrem por aqui igualmente motivos de interesse. Apetite aberto para disco de originais com parto previsto para 2006.

domingo, novembro 06, 2005

Step Into The Light

The Clientele – The Violet Hour
The Clientele – Strange Geometry












Conheci os Clientele há cerca de 2 anos aquando da edição de The Violet Hour, o primeiro álbum de originais. Desde então o disco foi companhia constante; apreciei o seu encanto vezes sem fim, as guitarras de uns certos Felt, a melancolia e a intensidade dos Galaxie 500; mas o que de facto faz a diferença e distancia os Clientele destas 2 referencias é a voz de Alasdair MacLean, sussurro em eco que nos faz viajar para os anos sessenta, para um tempo em que as horas passaram mais devagar, em que o sol acompanhava as canções de bandas pop muito direitinhas e melodias como estas enchiam os dias e os corações de gente nova cheia de ilusão e ideais.
O novo Strange Geometry é uma subtil evolução do mesmo som de Violet Hour, mais rico nas melodias, mais apurado nas guitarras e ainda mais envolvente, talvez pelas cordas, pelos coros e pelo orgão (também ele Felt).
Curiosamente, e depois de algumas audições deste segundo álbum, voltei a ouvir The Violet Hour, e se bem que o disco continue a soar tão bem como antes, percebi que Strange Geometry é ainda melhor.
Mergulho obrigatório numa viagem mágica e sem fim com uma banda extraordinária e intemporal.
“London has been called the city of encounters; it is more than that, it is the city of resurrections” – Arthur Machen, 1894

terça-feira, novembro 01, 2005

1º de Novembro

Porque este dia nunca mais foi o mesmo depois de ter ouvido isto:

Um traço, um berço
Dois destinos que se cruzam na lonjura da distância
Erva fálica pelo caminho
Distúrbios, subúrbios
Automóveis ferrugentos desenhando o horizonte
Os paralelos asfixiam a alma
Solidão, saudade
Romagens, romaria aos queridos defuntos
Carcaças abandonadas ao passado
Lágrimas, fábricas
Tempo invernoso sublinhando a ausência
A música ouve-se triste
Solidão!Saudade!Romagens!Romarias!Solidão!Saudade!Queridos!Defuntos!

[Adolfo Luxúria Canibal / Miguel Pedro]

A Valentine Mouth, a Real Sound

Sybris – Sybris

Faz hoje precisamente um mês desde que me chegou às mãos o precioso objecto que dá pelo nome de Sybris; confesso que logo às primeiras audições, a impressão foi muitíssimo boa e desde então o disco teria de ter um espaço reservado na Gravilha. Mas das diversas vezes que tentei fazê-lo a tentativa caiu invariavelmente pela raiz, porque preferi sempre ouvi-lo, e não tenho dúvidas que para mim, e num caso – ok, é extremo! Mas mesmo assim… - como este, é melhor ouvir que escrever acerca de. Não exagero ao afirmar que nestes 31 dias que entretanto decorreram, ouvi o disco todos os dias, e em alguns deles, a repetição multiplicou-se por 6.
As referências falavam em Yeah Yeah Yeahs, compreendo, mas eu aqui consigo ver (por composição genética, digamos) muito mais Siouxsie – pela voz , pela bateria e também pelo preludios – guitarras (que guitarras!) dos primórdios Cocteau Twins e dos My Bloody Valentine, mas não só. As letras, na boca da Angela Mullenhour, são muito pessoais, introspectivas até, comoventes pela forma como nos abre as portas do seu precioso mundo e como rapidamente nele nos imaginamos nós.
Um álbum sem pontos baixos, o único defeito é que por ser tão compulsivo, nos deixa sem tempo.
Mais uma obra-prima; certidão de nascimento de Chicago, IL - emitida em 2005.
Para ouvir à noite, de preferência.

segunda-feira, outubro 31, 2005

the twominutemen

Jonson Family Records e os gloriosos malucos das maquinas voadoras

É uma das muitas pequenas editoras que se dedicam quase em exclusivo a lançar estreias de bandas completamente desconhecidas e com poucos meios para se aventurarem em passos mais audazes. São normalmente singles 7” em vinil, mas podem ser também split cd singles e têm mesmo alguns álbuns em catalogo; as tiragens são sempre reduzidas e o investimento é muitas vezes dividido com outras editoras com quem partilham objectivos, ideias, dificuldades e fundamentalmente muito entusiasmo.
A aventura teve inicio em 2001/2002, tudo começou com uma colectânea de 16 canções de outras tantas bandas reunidas num duplo vinil de 7” (em escrupulosa ética DIY); no ano seguinte continuou com outra gloriosa colecção no mesmo formato; as duas, acabaram mais tarde por ver a luz do dia num cd de 39 faixas (2 minutos para cada banda, nem mais nem menos) que deixa um vasto campo semeado, uma série de indie kids entusiasmados por verem o seu trabalho editado e um punhado de sortudos submersos em 80 minutos de independência, suor e sangue fresco.
Entretanto as edições vão acontecendo, as bandas vão-se estampando, trocando de membros, partindo para outros vôos mais ambiciosos ou permanecendo fiéis e editando mesmo os tão ambicionados primeiros albuns às mãos de quem as trouxe ao mundo.
Destaques há muitos, aqui ficam uns quantos:
Grover, Perturbazione, Cove, Reigns, Stanton, The murder rosa of luxemburg, cat on form, Charlottefield, Maquiladora, Trencher, Poplar, Lords, Blood Red Shoes (fantástico, o single)…
Dêm uma vista de olhos no site, vale bem a pena. Para além do mais contém um interessante guia passo-a-passo para as bandas que estão a começar e que querem editar; há mesmo informação acerca da empresa (Checa) que faz os discos…
DO IT YOURSELF!

terça-feira, outubro 25, 2005

25-Oct-2004 - “What an impossibly sad day."

Faz hoje 1 ano que morreu John Peel.

Estava em Praga a ultima vez que o ouvi; um Renault alugado em Budapeste e uma viagem entre um hotel pré-Perestroika já fora de prazo, que ficava a uns bons 15 minutos do centro, e o tal restaurante junto à muralha do Castelo onde se come na biblioteca. O botão de scan do autorádio começava já a ficar gasto na incessante procura de algo audível e que normalmente resultava em conformar-me com musica de câmara. Mas nessa noite consegui sintonizar a BBC (World Service ou qualquer coisa parecida). Percebi-o quando ouvi a voz familiar do John Peel no início da emissão e agora imaginem eu quase aos saltos em cima do volante, quando depois da introdução, ouço os primeiros acordes do "Shake-Off" dos Fall; continuei a ouvi-lo até que o sinal se foi perdendo e o som, que entretanto era já de outras bandas para mim desconhecidas, se tornou totalmente imperceptível. 17-Sep-2004 - What a memorable good night...

domingo, outubro 23, 2005

Erase the time

Há discos que pela falta de exposição, pela escassa promoção ou seja lá pelo que for, tendem a ser esquecidos, apesar do seu imenso valor. Aqui seguem dois recentes exemplos; inesqueciveis.
The Organ – Grab That Gun
Wilderness - Wilderness














O primeiro é um caso estranho numa altura em que tudo o que vem do Canadá merece uma especial atenção por parte de editoras, distribuidoras, crítica e público – se calhar por serem de Vancouver e não de Montreal... - são 5 meninas que adoram os Smiths (a voz é Morrisey com tonalidade Claudia Brucken), e que por cima do negro brilhante das guitarras pos-punk/new wave estendem um órgão de igreja, que faz toda a diferença. The Organ, pois claro.

O segundo, é a melhor descoberta que me trouxe 2005; à primeira a voz atira-nos de imediato para o John Lydon (com os P.I.L), mas o disco, e a banda, dão-nos mais e sempre mais a cada nova audição, num som multiangular que demorou 3 anos a registar e que não é, de forma alguma, apenas mais um exemplo de oportunista revivalismo pós-punk. É um avanço, um intrigante e melancólico objecto de arte feito por estranhos artesãos, que por mãos rudes moldaram a mais fina peça de filigrana. Se fosse um quadro, um dia estaria numa galeria famosa com as portas abertas para que todos o pudessem apreciar. Obra-prima.

segunda-feira, outubro 17, 2005

Mmm Skyscraper I love you

A revelção musical das férias

De publicação trimestral, vai no nº 19 (Fall 2005), são 184 paginas a preto e branco com muito pouca publicidade e escassas preocupações estéticas (graficamente falando, entenda-se); transbordam sangue fresco em glóbulos pop e rock que oxigenam e protegem quem tem a sorte de lhe deitar a mão. A origem é Nova Iorque e na Europa, que conste, é distribuida pela Deleted Art (Suécia), X-mist (Alemanha) e Trece Grabaciones (Espanha).

De caras a melhor revista sobre música da actualidade.
Mais informação aqui.

Birds make good neighbors

Após ansiada lavagem de alma e (pouco) repouso que o corpo já pedia, regresso com os sons que me encheram estes curtos dias de férias.
Do que levei, gostei muito dos Sybris e achei que não se anda a fazer justiça com os Death Cab for Cutie – gosto do Plans.
Dos que vieram comigo, iremos falando; foram os Fall que mais me acompanharam (apesar dos protestos da mais-que-tudo...) mas o encanto veio com este disco:
The Rosebuds – birds make good neighbors
Enjoy!

segunda-feira, outubro 03, 2005

Volto Já

Ainda há pouco a Gravilha começou a rolar e já pára para uns dias de férias…

O regresso rolante será ainda mais vigoroso, espero; por agora, e porque a mala não é muito grande, aqui seguem os discos que seguem de férias também. O critério é tão-somente o dos que me chegaram às mãos nos últimos dias e mais uns quantos que não consigo largar ou que pensei que merecem um pouco mais de atenção.
Devendra Banhart – Cripple Crow
Clap Your Hands Say Yeah
Windsor for the Derby – Giving Up the Ghost
The New Pornographers – Twin Cinema
Death Cab for Cutie – Plans
Say Hi to Your Mom – Ferocious Mopes
Bellini – Small Stones
Kinski – Alpine Static
Sybris
Orange Juice – The Glasgow School
Espero que tragam companhia no regresso, vamos ver, de qualquer forma espero que pelo menos este, regresse connosco:

Neste entretanto, deixem os vossos comentários neste post e já agora nos anteriores (é verdade que nos blogs, as pessoas normalmente só deixam comentários nos posts mais recentes, não é?). Digam-me que discos levaram para férias, qual a vossa banda preferida, ou o que vos bem apetecer.

Até breve,



PS- Outra das companhias de férias é O Livro dos Homens sem Luz do João Tordo.

domingo, setembro 25, 2005

2005, Ano Vintage para a Pop-Fresquinha–Parte III

Architecture in Helsinki - In case we die

Imagine-se um quadro impressionista de forma triângular; algures dentro da tela cujos vértices têm nome - Arcade Fire, Fiery Furnaces e Belle & Sebastian - surge um pequeno ponto que rompe a unidimensionalidade do trilátero e o transforma numa pirâmide formidável.
Pompa! Abram alas! Um tapete onde está escrito Architecture in Helsinki desenrola-se – aí está In case we die!
2º álbum dos 8 australianos, gravado em estúdio caseiro (baptizado de Super Melody World em momento de enorme inspiração), In Case we die é indiepop com produção grandiosa, a cores e de alta definição; veste de gala melodias que se agarram aos ouvidos e teimam em não descolar. Arpa, tuba, pianos, xilofone, trombone, saxofone, flauta, marimba, clarinete, trompete, violinos, theremins, harmónica provam que o tempo em que o indie pop era só guitarrinhas, baixo e bateria já lá vai. E o traje de gala fica-lhe mesmo a matar!
Indiepop de luxe.

quarta-feira, setembro 21, 2005

Saltando nas Nuvens

Clap Your Hands Say Yeah
The New Pornographers - Twin Cinema













Ando nas nuvens com estes dois discos.
O primeiro ficou quase 2 meses encalhado na alfândega, e toda a espectativa, que esse tempo aguçou, foi totalmente justificada.
O segundo foi a insistência de O Mouco que me levou a olhar para ele como deve ser.
A sorte que tenho com esta boa vizinhança!

domingo, setembro 18, 2005

2005, Ano Vintage para a Pop-Fresquinha – Parte II

The Oranges Band – The World & Everything in It

Está o Verão a dar os últimos passos, e eu a desejar que todas as boas recordações dos finais de tarde na praia, tenham como banda sonora o The World & Everything in It… Pop fresquinha com garra e coragem, destilada em guitarras dos primórdios dos Rock’n’Roll, da Surf Music e mesmo de algum Pós-Punk. Os coros que confirmam as origens e a nostálgica voz fragilmente máscula de Roman Kuebler dão-nos as recordações do Verão que não tivemos, mas que é nosso, na recordação e na imaginação. Perfeito? Nem por isso, mas é uma delícia do princípio ao fim para quem gosta de Rock e adora Pop.
Aproveitem antes que o sol se vá!

sexta-feira, setembro 16, 2005

Waiting for You!

Cult of Luna e Diamanda Galas na Casa da Musica
















O fim de semana musical no Porto promete descidas às mais negras profundezas.
- Cult of Luna no Sábado (23:00)
- Diamanda Galas no Domingo (22:00)
O ritual é na Casa da Musica.
A não perder.

domingo, setembro 11, 2005

Viagens na Maquina do Tempo – I

Josef K - The only fun in town / Sorry for Laughing

Confesso que para além de o nome me ser levemente familiar (talvez pela imediata associação ao Kafka), o primeiro contacto com os Josef K se deu há uns poucos meses numa das tais colectâneas da Rough Trade–uma das que vale a pena–Indiepop 1.
A canção chama-se “Sorry for Laughing” e é daquelas que quando acaba, é skip à retaguarda e começa de novo. Uma olhadela no libreto, uns minutos de investigação na rede e a encomenda do agora reeditado em cd “The only fun in town” estava a caminho.
A reedição junta duas pérolas que passaram ao lado de quase toda a geração Joy Division – Cure – Echo & the Bunnymen (eu incluído) – O próprio “The only fun in town”(editado no Verão de 81 depois de as gravações da sessões originais de Novembro de 80 terem sido consideradas “demasiado polidas” por Paul Haig, líder dos Josef K, logo descartadas e tudo regravado de forma a reflectir o “espírito da banda”), e as tais sessões de Novembro de 80, que até agora só tinham visto a luz do dia via white label, “Sorry for Laughing”.
Por aqui passa o que de melhor se fez no pós-punk; obra-prima e referência essencial para uma boa parte da C86 – tire-se a prova dos nove no Tommy dos Wedding Present – junta esculturas de granito frio e húmido na forma de guitarras frenéticas em duelo constante e gabardinas cinzentas a mascarar almas e corações carregados de pop.
A não perder, portanto.
Selo original Postcard - "The Sound of Young Scotland"
http://www.josefk.net

sábado, setembro 10, 2005

2005, Ano Vintage para a Pop-Fresquinha – Parte I

The boy least likely to – the best party ever

Chegam até nós cheios de juventude e sonhos de infância, com melodias trauteáveis e uma ingenuidade que pode contagiar; o álbum reúne o conteúdo dos 3 singles editados até aqui e acrescenta-lhe mais uns quantos originais a condizer.
Pop-Fresquinha simples, alegre e despretensiosa, para cantar em coro com os amigos em viagem estival de automóvel, de vidros abertos, o sol a sorrir e o cheiro das flores campestres. Alguém dirá que Manchester já não é o que era… Mas o amarelo, neste caso, fica-lhe bem!

...
I’m happy because i’m stupid
Scared of spiders, scared of flying
If I wasn’t so happy I wouldn’t be so scared of dying
...

sábado, setembro 03, 2005

Singapore Sling - Life is Killing my Rock'n'Roll

Primeiro pensei "É imitação descarada do Psychocandy!" depois veio o aconchego da barreira de feedback, do som agri-doce e agora não sai do leitor de cd! (e acompanho sempre com os óculos escuros)

Pois é. Islandeses com nome de cocktail, não me consta que toquem de costas voltadas para o publico em concertos de 15 minutos, nem que tenham um baterista que massacra as poucas peles de pé (e com luvas), mas fizeram o 2º album que os Jesus and Mary Chain poderiam ter feito - e que se calhar até ficava melhor na fotografia que o Darklands. Muros de guitarras em distorção, baixo ondulante e grandes melodias. Para os críticos talvez valha muito pouco, dirão que é falta de originalidade, mas para um simples melomano que tem o Psychocandy na prateleira (sem pó!) dos clássicos pode funcionar muito bem; para os que em 1985 não tinham idade ou juízo para irem para todo o lado com essa-rodela-de-vinil-que-desfez-muitas-agulhas-de-giradiscos debaixo do braço, entrem por aqui, pelo Life is Killing my Rock'n'Roll, e se gostarem, saboreiem, e sigam para o Psychocandy (sem passar pela Casa Partida e receber 2 mil escudos).
Boas audições!

quinta-feira, setembro 01, 2005

domingo, agosto 28, 2005

Ainda o Verão 2005

Para breve as criticas:

Wives
Say hi to your mom
Clap your hands say yeah
BRMC - Howl (prazer culpado!)
The Hold Steady
Youth Group
Kinski
Bell Orchestre
The Boy Least Likely To
The Lucksmiths
Hank
Wolf Parade

Até já,

Agosto 2005 - Discos

Estes são alguns dos melhores discos que ouvi neste verão (até agora):

Wilderness - Wilderness (Jagjaguwar)
Oranges Band - The World & Everything in It (Lookout Records)
ZZZZ - Plam Reader (Polyvinyl Records)
Shipping News - Flies the Fields (Quarterstick Records)
Pernice Brothers - Discover a lovelier you (One Little Indian)
The Ponys - Celebration Castle (In The Red Records)
Black Mountain (Jagjaguwar)
The Pink Mountaindrops (Jagjaguwar)
The Evens (Dischord)
The White Stripes - Get behind me Satan (XL Recordings)
Archie Bronson Outfit - FUR (Domino)
Sons and Daughters - The Repulsion Box (Domino)
The Arcade Fire - Funeral (Merge Records)
Electrelane - Axes (Too Pure)
Pinback - Summer in Abbadon (Touch and Go)
Interpol - Antics
The Sadies - Favourite Colours (Yep Roc Records)
The Raveonettes - Pretty in Black
Castanets - Cathedral (Asthmatic Kitty Records)
Mão Morta - Nús (Cobra)


Se não conhecem algum deles, investiguem, vale a pena!

O Regresso as Armas

Hoje, num artigo publicado no jornal "Publico", Vitor Balenciano assinalava a passagem dos 50 anos do Rock; escrevia que o fenomeno deixou de ser juvenil e que as editoras e todos os players serios neste mercado sabem disso.
O Rock, já sabemos todos, tem seguidores (a tempo inteiro ou em part-time) de todas as faixas etárias até aos 60 anos, e todas elas constituem fatias de mercado muito apeteciveis para as editoras, os promotores, as revistas, etc.; mais, é obvio que as faixas etárias em que há maior poder de compra são as mais apeteciveis e é obvio que, sabendo-se que na esmagadora maioria dos casos as pessoas deixaram de procurar bandas novas satisfazendo-se com recordações - discos ou bandas que ouviram na "juventude" -, o cerco aos talentos independentes, ao sangue fresco do Rock, aqueles que fazem a musica pela musica, o Rock pelo espirito e que podem e querem ser a voz de muita gente que não se revê nos moldes que a sociedade fez para eles, é muito apertado!
Já o sabia, mas hoje percebi melhor porque é que revistas como a "Uncut" ou a "Mojo", há muito que deixaram de ter na capa talentos emergentes, bandas novas; porque é que, em publicações como as mencionadas e que eram até há pouco tempo referencias na descoberta e promoção de novos talentos, edição atrás de edição aparecem invarialmente na capa os Stones, o Bob Dylan, o Neil Young e os Beatles por exemplo?...
Porque é do que gostam aqueles que têm dinheiro para comprar essas revistas!
É só isso!
Assim, e apesar de este blog ter nascido (prematuramente) há já alguns meses, a partir de hoje tentará resistir, ajudar na divulgação das novas bandas com talento e assim tentar manter o verdadeiro espirito do rock!