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domingo, outubro 23, 2005

Erase the time

Há discos que pela falta de exposição, pela escassa promoção ou seja lá pelo que for, tendem a ser esquecidos, apesar do seu imenso valor. Aqui seguem dois recentes exemplos; inesqueciveis.
The Organ – Grab That Gun
Wilderness - Wilderness














O primeiro é um caso estranho numa altura em que tudo o que vem do Canadá merece uma especial atenção por parte de editoras, distribuidoras, crítica e público – se calhar por serem de Vancouver e não de Montreal... - são 5 meninas que adoram os Smiths (a voz é Morrisey com tonalidade Claudia Brucken), e que por cima do negro brilhante das guitarras pos-punk/new wave estendem um órgão de igreja, que faz toda a diferença. The Organ, pois claro.

O segundo, é a melhor descoberta que me trouxe 2005; à primeira a voz atira-nos de imediato para o John Lydon (com os P.I.L), mas o disco, e a banda, dão-nos mais e sempre mais a cada nova audição, num som multiangular que demorou 3 anos a registar e que não é, de forma alguma, apenas mais um exemplo de oportunista revivalismo pós-punk. É um avanço, um intrigante e melancólico objecto de arte feito por estranhos artesãos, que por mãos rudes moldaram a mais fina peça de filigrana. Se fosse um quadro, um dia estaria numa galeria famosa com as portas abertas para que todos o pudessem apreciar. Obra-prima.

5 comentários:

dedos-bionicos disse...

The Organ é uma bela surpresa, linhas “cureanas” que a mim pessoalmente me agradam bastante, o de Wilderness como tu bem dizes é uma obra-prima, a cada nova audição aumenta o gosto por este disco.....

Anónimo disse...

Completamente de acordo! Cure dos primeiros tempos, sem duvida.

eduardo disse...

O dos Organ não ouvi mas quanto aos Wilderness não consegui encaixar muito bem com aquela forma de cantar apesar da componente instrumental ser bastante interessante.

Anónimo disse...

Para mim a forma de cantar e as letras têm tudo a ver om o resto; aliás não consigo mesmo imaginar os Wilderness sem a voz do James Johnson; seria qualquer coisa como os Mão Morta sem o Adolfo Luxuria Canibal.

Diana disse...

the organ são, sem dúvida, fantásticas. atendendo à nossa necessidade humanda de establecer ligações do presente com o passado, confesso que a Claudia Brucken também me fez lembrar um pouco o morrissey em certas musicas. mas o "ambiente" criado é sem dúvida, como disse o biónico, um pouco cureano!
só uma nota: eu não gosto de smiths nem do morrissey, mas no entanto adorei este album.