De Rosa – MendThe Librarians - Alright Easy Candy Stranger
Iron Hero - Safe as Houses
Bon Savants - Post Rock Defends the Nation
Kindercore Records Christmas, Vol. 2 (Kindercore Records – 2003)
A Santa Cause "It's A Punk Rock Christmas" 2 (Immortal Records)
It's Not Like Christmas (izumi records)
A Winter's Night (Nettwerk Records)
Songs For Christmas - Sufjan Stevens
Christmas Tree On Fire - Holly Golightly
Rockin' Around The Christmas Tree - Daniel Johnston
It's Christmas Time Again – Magoo
Fugindo já um pouco ao tema, mas também enquadráveis, digamos assim, há ainda, e por exemplo, o single What a Wonderful World - Nick Cave/Shane MacGowan ou a colectânea See You On The Moon, if you know what I mean.
So, Santa: You got the blues?
Foto: Pedro Medeiros

Uma breve pesquisa por aqui revela quase instantaneamente uma falta de destaque para bandas inglesas, imprevisível há 25 anos atrás; aliás, os destaques em falta nada têm a ver com bandas inglesas, têm a ver com discos novos de bandas novas inglesas.
Mais de metade do tempo que dedico a ouvir música é destinado a ouvir música nova; isto é, discos novos, bandas novas. A outra menos que metade, é aproveitada a ouvir os Fall e uma série de outros grupos/discos que apareceram entre 1977 e 2000, sendo que a grande maioria do tempo que resta dessa menos-que-metade-menos-os-Fall é passada a ouvir coisas que aparecerm entre 80-81 e 89. Nos últimos dias ouvi muito estes dois magníficos discos; aliás, desde que os conheci – à altura das respectivas edições em 87 e 89 - nunca me cansei de os ouvir e acho que são dos melhores discos que conheço. Se por acaso não lhes puseram os ouvidos em cima, ou andam há que tempos para lhes dar a atenção que acham que eles podem merecer mas vão adiando para outro dia, aproveitem este dias de chuva para ouvir as melhores guitarras do final da década de 80, a melhor pop inglesa pós-Smiths.
Condensado de parte do melhor de 3 mundos – a paixão dos Arcade Fire, a intensidade dos Interpol e o rock cavernoso dos Gallon Drunk - You Can't Break The Strings In Our Olympic Hearts é a estreia a negro dos Diableros, que agarram num corpo rock em aparente decomposição, colam membros e entranhas com o som de um farfisa roufenho depois empastelados e servidos numa bandeja para a qual há um convite para olhar através de uma lente convergente que lhe desfoca a imagem.







Ryan and Melissa have made a beautiful album of short modern-life pop songs, recorded in an experimental way - you haven’t heard this record wihtout headphones on.
Remonta a 2004, mas é como se acabasse de sair agora mesmo do forno; e mesmo que a referência aos primórdios dos XTC e a alusão aos Futureheads ou Hot Hot Hot possam aparentemente deixar o vislumbre algo bafiento, desenganem-se, por aqui há perfume. De Austin, Texas, entretanto trocada por Brooklyn, a estreia dos Volcano I’m Still Excited!! é um exercício pop de extraordinário bom gosto, algo pós-punk, sim, marcado por um órgão arrastado quase que roubado às The Organ e delineado por coros e melodias de aparência discreta, mas de rápida assimilação e prazenteira e prolongada digestão. O que é frenético nos Futureheads é aqui tranquilo e seguro; o que é espalhafato nos Hot Hot Heat espreita com descrição. Pelo meio há polvilhos de água fresca na forma de solo piano ou cantiga acompanhada de piano e trompete. Ah, e a produção é tão exemplar que não consigo imaginar alguma destas canções com melhor apresentação. Aguardam-se novas erupções para breve. I’m Still Excited!!
Já com a digestão feita da ultima (e para mim única) noite de Paredes de Coura ficam algumas notas soltas sobre o que por lá aconteceu.
Passam em rotação acelerada sala-quarto-carro-escritório e deixam marcas. O Goth-Disco-New/No-Wave de um vício violento chamado Nightlife das Erase Errata, a introspecção indie de Hallelujah Sirens dos Dirty on Purpose, as mantras ambient-rock Chicago-School no hipnótico Bells Break Their Towers dos Bright e a uma enorme surpresa chamada The White Belt is Not Enough que após sucessivas audições revela uns Moggs muito para além da tarja Sonic Youth 85-87 - o tom Siouxsie de Miss Minor é só uma das delicias.
A propósito de We are The Pipettes, a estreia em formato longo das Pipettes, chegam-me à memória recordações dos velhos festivais da canção com que cresci e que foram um acontecimento musicalmente relevante, eu diria, até ao final da década de 70. E são canções como estas que me fazem pensar que existem uma série de bandas, europeias ou não, que poderiam fazer um festival da canção cheio de bom gosto e canções realmente “festivaleiras”, como diziam os locutores da RTP da altura. Ora vejam lá se concordam: The Pipettes, Camera Obscura (que, a propósito, fizeram um dos melhores discos deste Verão), Acid House Kings, Raveonettes, Richard Hawley, Tullycraft, Stereolab, Belle and Sebastian, Broadcast, Shins...


Mais que cabeça baixa e olhos nos pedais de efeitos, por shoegaze dever-se-á entender sonhos e melodias escondidos por muralhas de distorção. Mais de década e meia depois, e depois das viagens locomovidas pelo vapor agora-lendário dos Jesus and Mary Chain – no fundo os pais da coisa - My Bloody Valentine, Spacemen 3, Loop, Slowdive e uns quantos outros nada desprezíveis, há novos sonhadores que reinauguram caminhos, rumos às estrelas tingidos a vermelho ácido e doce.
De Norman, Oklahoma, a curiosamente mesma dos Flaming Lips, Evangelicals e o álbum estreia So Gone; pop em rica mistura de ingredientes que passa pelo space-rock dos conterrâneos, pelos Pavement, outros psicadelismos diversos e até ambientes Aphex Twin era Selected Ambient Works.
De Athens, Georgia, com mínimos de notoriedade comprovados por algumas primeiras partes para os Evens, uma banda e um disco que despontam e têm tudo para despertar a nossa atenção; por aqui há surf, há pop inglesa anos 90, mas há sobretudo muita alegria e uma vontade indomável para nos dar música neste Verão.
É com base nos “fantasmas da amputação” que os Mécanosphère partem para o terceiro longa duração (a que se acrescenta o EP estreia Lobo Mau) e desta vez o resultado das sessões de estúdio é muito bom (e bastante diferente dos anteriores); diluindo a voz e os gritos de Adolfo Luxúria Canibal numa amálgama feita de pasta negra dub-ambient-noise-electrónica-free jazz/rock, Limb Shop é um caldeirão fervilhante onde vozes, gritos, sons distantes de saxofone e de elementos de cordas, rodam, emergem e submergem, como um sonho que dispara em mil direcções e perde a memória e a certeza de si mesmo, percorrendo sem cessar recordações de momentos (membros) fantasma, ora tranquilos, ora inquietantes e dolorosos.
Critica um bocadinho mais séria é aqui (há também 3 canções para ouvir). Frescura pop a rodos, os Someone Still Loves You Boris Yeltsin podem mesmo estar para 2006 como os Clap Your Hands Say Yeah estiveram para 2005.
SOMEONE STILL LOVES YOU BORIS YELTSIN IS THE THIRD BEST BAND ON WELLER STREET IN SPRINGFIELD, MISSOURI. THEY JUST RECORDED A CD CALLED BROOM. YOU SHOULD BUY IT BECAUSE IT IS GOOD MUSIC THAT WILL MAKE YOU HAPPY.
A ilustração não tem muito a ver com o assunto, que neste caso é - The Fall US Tour Chaos (parte 327) - no entanto o poster fica bem em qualquer lado, por isso não resisti.