Não posso dizer que lhe sinto a falta, porque a verdade é que quando conheci a música dos Joy Division, Ian Curtis já estava morto há alguns anos. O mito, a aura, o icon em que se transformou; o rosto de menino de olhos azuis, frios e inocentes; a forma como cantava e dançava; as circunstâncias de uma existência atormentada, pela culpa e pela doença. Mas se a memória persiste, se o culto existe, é, principalmente, porque na sua curta existência, os Joy Division gravaram, com Martin Hannett (que, no fundo, os ensinou a tocar e lhes criou o som), os 2 melhores albuns de sempre. Hoje, 30 anos sobre a morte de Ian, milhares e milhares de escutas depois, ouvir Unknown Pleasures e Closer é, ainda, arrepiante e fora do tempo, tão fora de qualquer tempo.
s. f., gravilha@gmail.com
terça-feira, maio 18, 2010
sexta-feira, maio 07, 2010
your blood is worthless
Bury Pts. 2 + 4 parece ser apenas a parte 3 de Bury, de acordo com Your Future Our Clutter. No album, o titulo é Bury Pts. 1 + 3 e, a haver alguma lógica, contém, de facto, as partes 1, 2 e 3 do tema. Várias teorias circulam em relação ao som do tema em Your Future Our Clutter: a mais consistente parece ter a ver com os efeitos da medicação que Mark E. Smith tomou na sequência da fractura da anca que o atirou temporáriamente para uma cadeira de rodas e com os tempos que marcaram a recuperação.
Em Bury Pts. 1 + 3, há uma primeira parte em que o som é sujo e desfocado, uma segunda parte de média fidelidade e a terceira parte que merece agora um notável video realizado por Thirtytwo, que em tempos recentes realizou o excelente My Propeller dos Arctic Monkeys.
O video é mostra dos tempos felizes que se vivem nos Fall; Mark está satisfeito com a banda, com os resultados. E a palavra de ordem não é, como nunca foi, consagração. Para Mark E. Smith o que verdadeiramente importa é a agitação. Como sempre, aliás.
Album do ano, banda do ano, a léguas de tudo e todos.
As always.