Mécanosphère – Limb Shop
Alguns amputados experimentam o fenómeno de sentir partes do corpo que já não lá estão, mas que podem doer, dar comichão, ser sentidas como se estivessem a mexer.
É com base nos “fantasmas da amputação” que os Mécanosphère partem para o terceiro longa duração (a que se acrescenta o EP estreia Lobo Mau) e desta vez o resultado das sessões de estúdio é muito bom (e bastante diferente dos anteriores); diluindo a voz e os gritos de Adolfo Luxúria Canibal numa amálgama feita de pasta negra dub-ambient-noise-electrónica-free jazz/rock, Limb Shop é um caldeirão fervilhante onde vozes, gritos, sons distantes de saxofone e de elementos de cordas, rodam, emergem e submergem, como um sonho que dispara em mil direcções e perde a memória e a certeza de si mesmo, percorrendo sem cessar recordações de momentos (membros) fantasma, ora tranquilos, ora inquietantes e dolorosos.
E é nesta amálgama que reside parte da virtude do álbum, porque desta vez voz, sons e prosa são um todo homogéneo e Limb Shop é muito mais aquilo que são os Mécanosphère ao vivo. Por aqui já se suspira por eles em palco; no entretanto ouve-se, sem parar, este disco fabuloso.
Mécanosphère – Limb Shop
Benjamin Brejon, Adolfo Luxúria Canibal, Scott Nydegger;
Com: Le Pilote Rouge, Henrique Fernandes e o lendário Steve Mackay.
Edição Ragingplanet/Base Recordings/Fonoteca Municipal de Lisboa, 2006
Alguns amputados experimentam o fenómeno de sentir partes do corpo que já não lá estão, mas que podem doer, dar comichão, ser sentidas como se estivessem a mexer.
É com base nos “fantasmas da amputação” que os Mécanosphère partem para o terceiro longa duração (a que se acrescenta o EP estreia Lobo Mau) e desta vez o resultado das sessões de estúdio é muito bom (e bastante diferente dos anteriores); diluindo a voz e os gritos de Adolfo Luxúria Canibal numa amálgama feita de pasta negra dub-ambient-noise-electrónica-free jazz/rock, Limb Shop é um caldeirão fervilhante onde vozes, gritos, sons distantes de saxofone e de elementos de cordas, rodam, emergem e submergem, como um sonho que dispara em mil direcções e perde a memória e a certeza de si mesmo, percorrendo sem cessar recordações de momentos (membros) fantasma, ora tranquilos, ora inquietantes e dolorosos.
E é nesta amálgama que reside parte da virtude do álbum, porque desta vez voz, sons e prosa são um todo homogéneo e Limb Shop é muito mais aquilo que são os Mécanosphère ao vivo. Por aqui já se suspira por eles em palco; no entretanto ouve-se, sem parar, este disco fabuloso.
Mécanosphère – Limb Shop
Benjamin Brejon, Adolfo Luxúria Canibal, Scott Nydegger;
Com: Le Pilote Rouge, Henrique Fernandes e o lendário Steve Mackay.
Edição Ragingplanet/Base Recordings/Fonoteca Municipal de Lisboa, 2006
3 comentários:
um tanto ou quanto louco...
não me parece a palavra certa: eu diria bizzarro, como de resto é recorrente na tematica da obra do Adolfo Luxuria Canibal, de qualquer forma este é um disco unico, a não perder!
Apesar de precisar de estar com disposição para o ouvir, concordo com o Pedro, a não perder!
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