s. f., gravilha@gmail.com

terça-feira, novembro 29, 2011

There are two people here, and I want you to kill them.

ersatz gb à parte, saiba-se ainda que:
- os real estate têm em days, o seu segundo album, um outro momento mágico que os catapulta para o topo das preferências musicais do ano. com uma guitarrinha que parece vinda da 2ª divisão o enlevo cresce a cada momento e coloca-os no patamar da pop superior dos nada surf, de quem, insuspeitamente, herdam harmonias vocais. o cocktail é um cogumelo.
- as veronica falls, agora oficialmente estreadas em formato longo, mesmo que quase esmagadas por criticas de desapontamento, abrem um caminho que cruza as guitarras dos pixies e a intensidade dramática das breeders com as guitarrinhas de algumas das melhores coisas nascidas sob o selo da sarah records. as musicas, mesmo que já conhecidas através de um punhado de singles todos não menos que essenciais, sucedem-se sem stop ou skip. repeat.
- dean wareham, britta phillips e um baterista de quem não sei o nome, fizeram o melhor concerto de sempre desde 25 de maio de 2010. simplesmente magnificos, tocaram algumas das melhores canções que fizeram dos galaxie 500 uma das mais essencias bandas de sempre.
- albini, weston e trainer voltam ao porto em 2012, primavera sound. é um re-25-de-maio.
- entretanto há dois discos a aquecer o corpo e a deslumbrar a mente: no future dos wax idols e everything you always wanted to know about sea lions but were afraid to ask dos sea lions

segunda-feira, novembro 14, 2011

take off!

ao invés de outras bandas que surgiram no mesmo período punk/pos-punk - que se extinguiram sem mais reaparecer, ou que se reformaram anos depois, normalmente sem resultados de interesse - os fall, isto é, mark e. smith, seguiram um percurso, em que sempre enfrentaram o desafio de fazer algo novo, inteligente, diferente. uma brevíssima e interessante introdução ao percurso dos fall foi feita há dias por sasha frere-jones no new yorker. leiam, s.f.f.
ersatz gb, o 29º album e 3º com o actual line-up, prova mais uma vez que no meio da instabilidade que sempre caracterizou a formação dos fall, os melhores resultados aparecem quando à volta de mark e. smith há uma banda estável; e que a estabilidade emocional que o matrimónio lhe parece proporcionar é fundamental.
ersatz gb é um veiculo para que as observações sulfurosas acerca do quotidiano e da realidade que o rodeia; menos literatura, mais televisão, mais casa, mais pormenores na vida de um adulto que se aproxima dos 60 anos.
o álbum abre com cosmos 7, secçção ritmica a 300 km/h, um tgv que sai da ponta da guitarra e se cruza com avisos electrónicos de excesso de velocidade e a voz de um maquinista que parece perguntar se esta merda toda é normal. taking off é uma revisita, uma ramificação de outras canções dos fall; a mesma electronica revista e actualizada, a mesma poesia do absurdo, os samplers de algo parecido com os dead can dance. nate é sangue a sair pela boca em golfadas crescentes sobre espirais de guitarras: nate, mate, state, mark, o tele-espectador cuspidor. mask search é rockabilly em nome próprio e vómito sobre... i'm so sick of snow patrol and where to find esso lubrificants...
em greenway mark tem, finalmente, a sua oportunidade como vocalista de uma banda heavy metal. happi song. o volume baixa para se ouvir mrs smith em toada nico. seria apenas uma especie de mouth cleaner entre degustações, mas os inacreditáveis coros de mark e as repetidas escutas para os decifrar, tornam-na num dos momentos de ersatz gb. ao qual se segue laptop dog, o single.
para o fim, talvez o melhor: em monocard regressa o tom épico da decadência, a versão é retro-futurista. i've see them come e age of chang abrem ainda mais hipóteses na mistura entre gravações live de baixa qualidade e a fidelidade do estudio, que os fall exploram desde i'm kurious orange.
erzatz gb (o titulo, só por si, é extraordinário) confirma os fall como melhor banda do universo não só por tudo o que fizeram até aqui, mas também por aquilo que são hoje. take off!

sábado, novembro 12, 2011

black saturday


enquanto dead to me continua incansavelmente a rodar, black saturday, o novo single dos girls names, parece querer abrir novas portas. o tapete vermelho, por favor!