Começa como um Espanta Espíritos a tilintar ao vento, a brilhar ao sol de um verão filtrado em filme Super 8; eleva-se nas nuvens impulsionado por gás denso e opaco, branco. Intercepta comunicações inaudíveis, gritos, apelos, pedidos de socorro, bocas que expelem terror, dor e fel. Desce à floresta em estranhos rituais, assustadores animais que se dissolvem de novo em gás e transfigura o cenário no vapor de mil comboios, no terror de um lançamento espacial trágico que já não pode ser abortado, perante a impotência do centro de comando. No éter, restam o barulho infernal das máquinas, o som das transmissões desesperadas, o pânico nas vozes esmagadas, o eco de uma catedral cheia do gás denso, opaco, tóxico. A calma de morte.
Street Horrrsing, estranho e viciante e essencial e genial álbum estreia dos
Fuck Buttons, complemento nocturno a seda para dias de veludo; traz a 2008, uma sequência-noise digna dos muros de guitarras Jesus and Mary Chain / My Bloody Valentine.
Mágico.