s. f., gravilha@gmail.com

sexta-feira, dezembro 30, 2005

Delicious Pie and Thank You For Calling

The Electrifying Conclusion

Um ano depois dos concertos em Chicago que marcaram o encerramento de actividades dos Guided by Voices (o ultimo dos quais recentemente editado em DVD com o apropriado titulo The Electrifying Conclusion) fica a referência a uma das mais importantes e prolíferas bandas das ultimas 2 décadas e da própria história do rock, única no fazer de canções e na postura independente. Bob Pollard continua por aí, ainda e sempre mais preocupado com as letras e melodias do que com a sua produção e promoção.
Que o álcool o conserve por muitos anos!

terça-feira, dezembro 27, 2005

Temple of Love















Gegen Die Wand - Head On - A Esposa Turca
É o filme mais surpreendente que vi nos últimos tempos. Tem tudo: história, interpretações, realização e música - postais ilustrados desde Istambul pela mão Selim Sesler und Orchester (feat. Idil Uner), os Sisters na tal versão orientalizada do Temple of Love e um apartamento em Hamburgo que tem um poster da Siouxsie na porta de entrada. Mas há muito mais filme, muito mais música e quem não viu se calhar não sabe o que anda a perder.
Kebab für die seele.

terça-feira, dezembro 20, 2005

Whistling in the Dark

Vá-se lá saber porquê, e numa altura em que queria pôr as mãos numa série de discos de 2005 que ainda não ouvi (pelo menos com a devida atenção), uma sugestão biónica fez-me pegar no December dos For Against; os outros vieram não por inerência, mas se calhar numa inércia ou resistência subconsciente àquilo que sem saber se estava a tornar numa quase-obrigação - ouvir o que me falta deste ano. A sequência, não a consigo explicar muito bem.
Faltam 4 dias para o Natal. 1 destes por dia é melhor que bolo-rei.
Easterhouse – Contenders
Half Man Half Biscuit – Back in the D.H.S.S.
The Wedding Present – Tommy
For Against – December

Nota: Há melhor nome para uma banda que Half Man Half Biscuit?

domingo, dezembro 11, 2005

You are a conductor

Constantines – Tournament of Hearts

Dois excelentes álbuns geradores das melhores expectativas para um terceiro, não faziam prever isto. E “isto” é um dos melhores discos indie-pop-rock dos últimos anos.
Canções magnificas, rudes e doces, românticas e emotivas em fintas tangentes e sucessivas a esquinas de rock convencional; densas e leves ao mesmo tempo, pop sem deixar de ser rock. Guitarras Fugazi em produção subtil, voz com o timbre do filho que Springsteen e Peter Gabriel nunca terão; um voo rasante pela mão de um anjo de voz rouca, um passeio em skate voador movido a turbina com som de guitarras eléctricas, pelas ruas de uma qualquer cidade Norte-Americana.
E o que é que importa se este é ou não o melhor disco de 2005?
Ouçam-no. É uma obra-prima.

segunda-feira, dezembro 05, 2005

Black Forest

A-Frames - Black Forest
Imagens de um futuro negro, Apocalipse, suásticas e máquinas infernais; voz cava, ritmos marciais.
Apanhado de surpresa ao 3º longa duração do trio de Seattle, fiquei de imediato hipnotizado pelo ambiente e pela música, aqui, pelo menos aqui, ilustrado por coordenadas Joy Division num feliz cruzamento com o imaginário Sisters of Mercy fase pré-First and Last and Always e em produção esquelética a sublinhar o negro.
Excelente para desenjoar de tanta boa pop; extraordinário para dias de chuva ácida em gabardina cinzenta.
Windsor for the Derby - Giving Up the Ghost
Cruzamento pos-rock em atmosferas suaves carregadas de negro com discretos ritmos dançantes iluminados por órgão de fria catedral em parede de fundo; harmonias e melodias encantadas-desoladas pintadas a negro em ritmo lento - Luz Joy Division.
Sombras e fantasmas sem sustos nem gritos. Mistério para desvendar.

Esteja onde estiver, se é que está em qualquer lugar que não seja a nossa memória, Ian Curtis dança, como só ele dança.

quinta-feira, dezembro 01, 2005

This hearts on fire

Wolf Parade - Apologies to the Queen Mary

Apesar da enorme expectativa, dado o barulho que se fez à volta dos Wolf Parade, as primeiras audições de Apologies to the Queen Mary deixaram meio sabor a desilusão; afinal um dos vocalistas revelava um registo demasiado colado ao Beck e parecia, a vários níveis, haver uma certa falta de originalidade, mais notória nas musicas cantadas precisamente pelo Dan Boeckner.
Por outro lado e desde logo, o sabor mais Bowie via Arcade Fire da outra voz (Spencer Krug) e da própria música, agradou imenso. Seria mais um hype criado pela pitchforkmedia?
Felizmente, algo me fez voltar ao disco, e digo-vos: é FABULOSO!!
Descarreguem-no, comprem-no, peçam-no emprestado, escrevam ao Pai Natal a pedi-lo… mas... NÃO O PERCAM!