s. f., gravilha@gmail.com

segunda-feira, outubro 31, 2005

the twominutemen

Jonson Family Records e os gloriosos malucos das maquinas voadoras

É uma das muitas pequenas editoras que se dedicam quase em exclusivo a lançar estreias de bandas completamente desconhecidas e com poucos meios para se aventurarem em passos mais audazes. São normalmente singles 7” em vinil, mas podem ser também split cd singles e têm mesmo alguns álbuns em catalogo; as tiragens são sempre reduzidas e o investimento é muitas vezes dividido com outras editoras com quem partilham objectivos, ideias, dificuldades e fundamentalmente muito entusiasmo.
A aventura teve inicio em 2001/2002, tudo começou com uma colectânea de 16 canções de outras tantas bandas reunidas num duplo vinil de 7” (em escrupulosa ética DIY); no ano seguinte continuou com outra gloriosa colecção no mesmo formato; as duas, acabaram mais tarde por ver a luz do dia num cd de 39 faixas (2 minutos para cada banda, nem mais nem menos) que deixa um vasto campo semeado, uma série de indie kids entusiasmados por verem o seu trabalho editado e um punhado de sortudos submersos em 80 minutos de independência, suor e sangue fresco.
Entretanto as edições vão acontecendo, as bandas vão-se estampando, trocando de membros, partindo para outros vôos mais ambiciosos ou permanecendo fiéis e editando mesmo os tão ambicionados primeiros albuns às mãos de quem as trouxe ao mundo.
Destaques há muitos, aqui ficam uns quantos:
Grover, Perturbazione, Cove, Reigns, Stanton, The murder rosa of luxemburg, cat on form, Charlottefield, Maquiladora, Trencher, Poplar, Lords, Blood Red Shoes (fantástico, o single)…
Dêm uma vista de olhos no site, vale bem a pena. Para além do mais contém um interessante guia passo-a-passo para as bandas que estão a começar e que querem editar; há mesmo informação acerca da empresa (Checa) que faz os discos…
DO IT YOURSELF!

terça-feira, outubro 25, 2005

25-Oct-2004 - “What an impossibly sad day."

Faz hoje 1 ano que morreu John Peel.

Estava em Praga a ultima vez que o ouvi; um Renault alugado em Budapeste e uma viagem entre um hotel pré-Perestroika já fora de prazo, que ficava a uns bons 15 minutos do centro, e o tal restaurante junto à muralha do Castelo onde se come na biblioteca. O botão de scan do autorádio começava já a ficar gasto na incessante procura de algo audível e que normalmente resultava em conformar-me com musica de câmara. Mas nessa noite consegui sintonizar a BBC (World Service ou qualquer coisa parecida). Percebi-o quando ouvi a voz familiar do John Peel no início da emissão e agora imaginem eu quase aos saltos em cima do volante, quando depois da introdução, ouço os primeiros acordes do "Shake-Off" dos Fall; continuei a ouvi-lo até que o sinal se foi perdendo e o som, que entretanto era já de outras bandas para mim desconhecidas, se tornou totalmente imperceptível. 17-Sep-2004 - What a memorable good night...

domingo, outubro 23, 2005

Erase the time

Há discos que pela falta de exposição, pela escassa promoção ou seja lá pelo que for, tendem a ser esquecidos, apesar do seu imenso valor. Aqui seguem dois recentes exemplos; inesqueciveis.
The Organ – Grab That Gun
Wilderness - Wilderness














O primeiro é um caso estranho numa altura em que tudo o que vem do Canadá merece uma especial atenção por parte de editoras, distribuidoras, crítica e público – se calhar por serem de Vancouver e não de Montreal... - são 5 meninas que adoram os Smiths (a voz é Morrisey com tonalidade Claudia Brucken), e que por cima do negro brilhante das guitarras pos-punk/new wave estendem um órgão de igreja, que faz toda a diferença. The Organ, pois claro.

O segundo, é a melhor descoberta que me trouxe 2005; à primeira a voz atira-nos de imediato para o John Lydon (com os P.I.L), mas o disco, e a banda, dão-nos mais e sempre mais a cada nova audição, num som multiangular que demorou 3 anos a registar e que não é, de forma alguma, apenas mais um exemplo de oportunista revivalismo pós-punk. É um avanço, um intrigante e melancólico objecto de arte feito por estranhos artesãos, que por mãos rudes moldaram a mais fina peça de filigrana. Se fosse um quadro, um dia estaria numa galeria famosa com as portas abertas para que todos o pudessem apreciar. Obra-prima.

segunda-feira, outubro 17, 2005

Mmm Skyscraper I love you

A revelção musical das férias

De publicação trimestral, vai no nº 19 (Fall 2005), são 184 paginas a preto e branco com muito pouca publicidade e escassas preocupações estéticas (graficamente falando, entenda-se); transbordam sangue fresco em glóbulos pop e rock que oxigenam e protegem quem tem a sorte de lhe deitar a mão. A origem é Nova Iorque e na Europa, que conste, é distribuida pela Deleted Art (Suécia), X-mist (Alemanha) e Trece Grabaciones (Espanha).

De caras a melhor revista sobre música da actualidade.
Mais informação aqui.

Birds make good neighbors

Após ansiada lavagem de alma e (pouco) repouso que o corpo já pedia, regresso com os sons que me encheram estes curtos dias de férias.
Do que levei, gostei muito dos Sybris e achei que não se anda a fazer justiça com os Death Cab for Cutie – gosto do Plans.
Dos que vieram comigo, iremos falando; foram os Fall que mais me acompanharam (apesar dos protestos da mais-que-tudo...) mas o encanto veio com este disco:
The Rosebuds – birds make good neighbors
Enjoy!

segunda-feira, outubro 03, 2005

Volto Já

Ainda há pouco a Gravilha começou a rolar e já pára para uns dias de férias…

O regresso rolante será ainda mais vigoroso, espero; por agora, e porque a mala não é muito grande, aqui seguem os discos que seguem de férias também. O critério é tão-somente o dos que me chegaram às mãos nos últimos dias e mais uns quantos que não consigo largar ou que pensei que merecem um pouco mais de atenção.
Devendra Banhart – Cripple Crow
Clap Your Hands Say Yeah
Windsor for the Derby – Giving Up the Ghost
The New Pornographers – Twin Cinema
Death Cab for Cutie – Plans
Say Hi to Your Mom – Ferocious Mopes
Bellini – Small Stones
Kinski – Alpine Static
Sybris
Orange Juice – The Glasgow School
Espero que tragam companhia no regresso, vamos ver, de qualquer forma espero que pelo menos este, regresse connosco:

Neste entretanto, deixem os vossos comentários neste post e já agora nos anteriores (é verdade que nos blogs, as pessoas normalmente só deixam comentários nos posts mais recentes, não é?). Digam-me que discos levaram para férias, qual a vossa banda preferida, ou o que vos bem apetecer.

Até breve,



PS- Outra das companhias de férias é O Livro dos Homens sem Luz do João Tordo.